Certo rei tinha em palácio uma dos melhores cozinheiros do mundo. Um dia, o rei pediu a seu cozinheiro que lhe preparasse a melhor comida que fosse possível preparar, pois ele daria um banquete a seus amigos, e queria impressioná-los com os manjares servidos à mesa.
Tendo recebido do seu rei tão importante incumbência, o cozinheiro real esmerou-se na preparação do banquete. Aplicou nessa tarefa seus mais destacados conhecimentos na arte de cozinhar. Findo o trabalho, e tendo chegado o momento do banquete, a mesa real foi posta e os convivas foram cha-mados a se aproximarem da mesa, a fim de se deliciarem com as finas e saborosas iguarias prepara-das pelo cozinheiro real e seus auxiliares. Começou o banquete, e logo se ouviram os “uhmmmmmmns” dos convidados, cada um deles elogiando o sabor da comida. Eles se pergunta-vam: “Como pode alguém preparar alimentos tão saborosos? Quem foi o autor de tal façanha?” Chamado seu cozinheiro junto à mesa do banquete, o rei lhe perguntou: “Meu cozinheiro, todos os comensais estão maravilhados com o sabor primoroso da alimentação que você preparou para todos nós. Diga-me, cozinheiro, o que você utilizou para preparar o prato principal, que todos elogiaram tanto?” Curvando-se diante de Sua Majestade, o cozinheiro humildemente lhe respondeu: “Eu usei LÍNGUA, Majestade!”. Findou o banquete, e cada um voltou à sua casa e aos seus afazeres.
Os dias se passaram, e o rei voltou a fazer um pedido a seu prestativo cozinheiro. Disse-lhe o rei: “Meu cozinheiro, darei uma banquete a uma delegação de pessoas vindas de um reino vizinho, os quais costumam me hostilizar. Não quero tornar a vida deles fácil. Quero que você prepare um ban-quete com os piores sabores que você pode conseguir, pois não desejo que tais pessoas voltem para falar comigo.”
O cozinheiro saiu da presença do rei, e ficou pensando o que usaria para preparar uma comida tão sem sabor, sem expressão e sem gosto, que fosse recusada e detestada por todos os comensais. De-pois de alguns dias pensando, ele decidiu o que fazer. Então chegou o dia em que aquelas pessoas não amadas pelo rei chegaram a palácio, para discutir com o rei assuntos políticos e militares não muito agradáveis. Eram visitantes agressivos e antipáticos. Chegada a hora do almoço, o rei os en-caminhou à sala do banquete. Depois que todos estavam sentados, o banquete foi servido. Logo que as primeiras porções de comida foram levadas à boca, ouviu-se da parte de todos um “ekaaaa!” co-letivo. Ninguém gostou da comida. Alguns tiveram náuseas ao comer um pouco, mas não saíram da sala em respeito à presença do rei. Este, para mostrar-se educado, comeu um pouco, mas também não conseguiu prosseguir comendo. O sabor da comida era horroroso e detestável. Uma comida in-tragável. Nem parecia que o mesmo cozinheiro, mestre em preparar os melhores banquetes do reino, fizera aquela droga de comida. Então o rei, na presença de todos, chama o cozinheiro-chefe para o interrogar. Pergunta-lhe o rei: “Cozinheiro, o que você usou nesta comida, que a deixou tão sem gosto e intragável?” O cozinheiro curvou-se diante de seu rei, e respondeu-lhe: “Eu usei LÍNGUA, Majestade!”
Aí está para todos nós uma grande lição de vida. Nós podemos usar nossa língua para falar as palavras mais bonitas, elogiosas e construtivas, levando pessoas a se sentirem bem, motivadas e desejando viver cada vez mais e melhor. Também podemos usar nossa língua para falar palavras duras, ferinas, agressivas e cortantes, agredindo pessoas, ferindo-as e machucando-as, tornando a vida delas um inferno. Com a língua podemos unir pessoas e podemos separar pessoas; com a língua podemos falar de amor, e podemos destilar ódio; com a língua podemos ser motivadores, e com a mesma língua podemos ser desmotivadores; com a língua podemos edificar pontes para o diálogo, juntando pessoas e comunidades; com a língua podemos edificar muros de ódio, separando pessoas e comunidades; com a língua podemos motivar a amar; com a língua podemos motivar o ódio e a violência; com a língua podemos adorar a Deus; com a língua podemos blasfemar de Deus. Tudo, de bom ou de mal, pode-se fazer com a língua.
"Uma lingua suave é a árvore da vida, mas a lingua perversa quebranta o espirito." (prov. 15:4)
Bom dia para todos .
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